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Oswald de Andrade

 

Retrato de Oswald de Andrade. Tarsila do Amaral 1922.

Coleção de Oswald de Andrade Filho.

José Oswald de Andrade (1890-1954) foi poeta, romancista, ensaísta e teatrólogo. Nasceu em São Paulo em 1890. Figura de muito destaque no Modernismo Brasileiro, ele trouxe de sua viagem a Europa o Futurismo. Formado em Direito, Oswald era um playboy extravagante: usa luvas xadrez e tinha um Cadillac verde apenas porque este tinha cinzeiro, para citar apenas algumas de suas muitas extravagâncias. Amigo de Mário de Andrade, era seu oposto: milionário, extrovertido, mulherengo (casou-se 5 vezes, as mais célebres sendo as duas primeiras esposas: Tarsila do Amaral e Patrícia "Pagu" Galvão).  Já com 54 anos, conheceu Maria Antonieta d'Alkmin. sua última esposa. Permaneceram juntos até a morte do poeta, em 1954. Oswald de Andrade, foi um dos principais artistas da Semana de Arte Moderna e lançou o Movimento Pau-Brasil e a Antropofagia, corrente que pretendia devorar a cultura européia e brasileira da época e criar uma verdadeira cultura brasileira. Fazendeiro de café, perdeu tudo e foi à falência em 1929 com o crash da Bolsa de Valores. Militante esquerdista, passou a divulgar o Comunismo junto com Pagu em 1931, mas desligou-se do Partido em 1945. Sua obra é marcada pela irreverência, pelo coloquialismo, pelo nacionalismo e pela crítica. Morreu sofrendo dificuldades de saúde e financeiras, mas sem perder o contato com os artistas da época. entre seus romance encontram-se Memórias Sentimentais de João Miramar, Os Condenados e Serafim Ponte Grande.

"Napoleão era um grande guerreiro que Maria da Glória conheceu e Pernambuco disse que o dia mais feliz da vida dele foi o dia em que fiz minha primeira comunhão." Memórias Sentimentais de João Miramar

"Eu pudera quem sabe prever o armistício com músicas jazzbandando pelas ruas aliadas e o esmigalhamento alemão por Foch e Poincaré, mas nunca auscultara minha precoce viuvez e a chegada de Antuérpia num cargoboat, do meu cunhado José Elesbão da Cunha com barbas. " Memórias Sentimentais de João Miramar"

Memórias Sentimentais de João Miramar
Por Oswald de Andrade
Nos 163 curtos fragmentos desta obra, Oswald de Andrade constrói um personagem semi-autobiográfico, o referido João Miramar. Frenético, seu estilo telegráfico é cheio de neologismos e estrutura fraseal incomum e inovadora. Ao contar a história de Miramar, da infância, casamento e amantes, viagens à Europa e aventuras financeiras no cinema até sua viuvez na época do armistício (o livro na maioria se passa de em São Paulo de 1912 a 1918), Oswald cria um romance futurista, Aqui, prosa e poesia se confundem totalmente; alguns dos fragmentos *são* poesia. O livro tem prefácio de um personagem fictício do livro: Machado Penumbra, uma sátira aos "intelectuais" de sua época, com estilo pedante, gente que Oswald tanto combateu.

Nenhum outro escritor do Modernismo ficou mais conhecido pelo espírito irreverente e combativo do que Oswald de Andrade. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura brasileira do início do século. A obra literária de Oswald apresenta exemplarmente as características do Modernismo da primeira fase.

Em Pau-Brasil, põe em prática as propostas do manifesto do mesmo nome. Na primeira parte do livro, "História do Brasil", Oswald recupera documentos da nossa literatura de informação, dando-lhe um vigor poético surpreendente.

Na segunda parte de Pau-Brasil - "Poemas da colonização" -, o escritor revê alguns momentos de nossa época colonial. O que mais chama a atenção nesses poemas é o poder de síntese do autor. No Pau-Brasil há ainda a descrição da paisagem brasileira, de cenas do cotidiano, além de poemas metalingüísticos.

A poesia de Oswald é precursora de um movimento que vai marcar a cultura brasileira na década de 60: o Concretismo. Suas idéias, recuperadas também na década de 60, reaparecem com roupagem nova no Tropicalismo.

Memórias sentimentais de João Miramar chama a atenção pela linguagem e pela montagem inédita. O romance apresenta uma técnica de composição revolucionária, se comparado aos romances tradicionais: são 163 episódios numerados e intitulados, que constituem capítulos-relâmpago - tudo muito influenciado pela linguagem do cinema - ou, mais precisamente, como se os fragmentos estivessem dispostos num álbum, tal qual fotos que mantêm relação entre si. Cada episódio narra, com ironia e humor, um fragmento da vida de Miramar. "Recorte, colagem, montagem", resume o crítico Décio Pignatari.

O material narrativo segue esta ordem: infância de Miramar, adolescência e viagem à Europa a bordo do navio Marta; regresso ao Brasil, motivado pela morte da mãe; casamento com Célia, e um romance paralelo com a atriz Rocambola; nascimento da filha; divórcio e morte de Célia; falência de Miramar.

Em 1937 publicou-se O rei da vela, peça que focaliza a sociedade brasileira dos anos 30. Pelo seu caráter pouco convencional, só foi levada a cena trinta anos depois, integrando o movimento tropicalista.

Obras de Oswald de Andrade