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Dança Flamenca













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Andaluzia Espanha

::: OS PRIMÓRDIOS - O homem de Neanderthal é conhecido por ter vivido no Estreito de Gibraltar há 50.000 anos atrás. Cerca de 8.000 a.C., um fluxo de tribos vindas do norte da África estabeleceram assentamentos agrícolas nessa região, e esses povos são conhecidos hoje como os Ibéricos. O litoral da Andaluzia foi extensivamente ocupado pelos Fenícios que estabeleceram uma cadeia de postos comerciais, fundando posteriormente o porto marítimo de Cádiz, o que faz dessa cidade a mais antiga da Europa e que fortemente influenciou o modo de vida dos ibéricos nativos. Os Fenícios foram sucedidos pelos Celtas que em 800 a.C. expandiram-se por todo sul da Europa e interior da Andaluzia. Por volta de 700 a.C., o reinado de Tartésos floresceu na Andaluzia e, um século depois, navegadores gregos fundaram também rotas comerciais no litoral. No ano de 500 a.C., os cartagineses colonizaram o sul da Espanha. Os Romanos em sua saga contra Cartágo, invadiram a península em 206 a.C., esamagando a resistência dos ibéricos e logo transformando a Andaluzia em uma de suas mais ricas e mais organizadas colonias, ao qual deram o nome de Betis, cuja região foi pavimentada com estradas. Barcos Romanos navegaram pelo seu rio principal, o Guadalquivir, até Córdoba, onde eles adquiriam ânforas de óleo de oliva e vinho que eram exportados à Roma. Sob o domínio romano, a Espanha tornou-se um país cristão, e a língua espanhola - talvez a mais próxima ao Latim moderno - começou a tomar sua forma atual.

::: A IDADE DAS TREVAS NA ANDALUZIA E OS MOUROS - Após a queda do Império Romano, a Andaluzia foi devastada por sucessivas ondas de tribos bárbaras vindas do norte da Europa, predominando a tribo dos Visigodos. Este povo guerreiro reinou caoticamente na península por quase dois séculos, deixando a Espanha aberta ao ataque dos mouros - guerreiros islâmicos da Arábia e norte da África -no ano de 711, e que chamaram a região de Al-Andalus porque associaram-na aos Vandalos, uma das tribos bárbaras que séculos atrás vieram do norte da África através do Estreito de Gibraltar. Os mouros fizeram da região sua localidade por mais de oito séculos e marcaram a região permanentemente com sua herança cultural que ainda é bem visível em monumentos como a Mesquita de Córdoba e o Palácio de Alhambra em Granada.Por volta do século XIII, a Reconquista Cristã chega à Andaluzia, apoderando-se das cidades de Córdoba e Sevilha. Ao final do século XV, os monarcas católicos, Isabel de Castela e Ferdinando de Aragón tomaram as últimas fortalezas mouras, Granada e o Palácio de Alhambra. A Andaluzia sob as ordens cristãs, foi o ponto de partida para a descoberta da América, e Sevilha -após o alto Guadalquivir ter sido aterrado, sendo impossível navegar até Córdoba - tornou-se o principal porto de importações de ouro do novo mundo durante os séculos XVI e XVII. Muito da riqueza vinda da América foi investida em guerras pela monarquia espanhola dos Hapsburgos contra os países luteranos do norte da Europa e os turcos otomanos no Mediterrâneo, sendo assim, o fluxo de riquezas decaiu muito e, consequentemente, a Espanha e Andaluzia sofreram um declínio econômico. A região sofreu a devastação da Guerra de Sucessão Espanhola no início do século XVIII e, cem anos mais tarde, a invasão napoleônica, provocou a Guerra de Independência. A economia da Andaluzia sofreu diretamente com os movimentos de independência no sul da América durante todo o resto do século XIX.

::: ANDALUZIA NO SÉCULO XX - A devastada perda das últimas colônias espanholas, Cuba e Filipinas, levaram a uma profunda instabilidade política e declínio econômic, culminando com a deposição da monarquia e deflagração da Guerra Civil Espanhola, em 1936, quando a República foi derrubada pelo General Franco e seu movimento nacionalista. Embora a Espanha não tenha tomado abertamente nenhuma posição na Segunda Grande Guerra, Franco deu apoio ao Eixo e como resultado a Espanha sofreu os desastrosos efeitos de um boicote internacional após a guerra. Após a morte de Franco em 1975, a Espanha retomou a democracia sob a simbólica monarquia do rei Juan Carlos II. O governo espanhol era descentralizado e a Andaluzia tornou-se uma região autônoma dem 1982, com sua própria administração regional, a "Junta de Andalucia". Desde então, a Espanha, como ativo membro da União Européia, tem experimentado um dramático crescimento no seu padrão de vida. A pobreza do interior da Andaluzia tem sido largamente eliminada e o seu povo retomou seu orgulho da cultura local que floresceu também com os benefícios da incrementação de suas rotas e estradas, modernos tratamentos de saúde e infraestrutura de alta tecnologia.

A imagem romântica da Andaluzia, considerando seu progresso, é uma coisa muito mais ligada ao seu presente.

Raízes   do   Flamenco

Vários estudiosos pesquisam a etimologia da palavra Flamenco, aplicada aos Bailes e Cantes da Andaluzia. As conclusões são variadas, sendo a palavra relacionada com Flamengos, povo cigano que chegou à Espanha originários da região de Flandres. Outra origem está no árabe felag mengu que significa camponeses nômades. Outros atestam que as próprias características de cante ardente e flamejante é que originaram a palavra. O Flamenco é uma mistura de culturas, raças, cores, religiões, classes e costumes, com um forte apelo emocional que relata a condição humana de viver dos povos que o formaram. As primeiras referências que se tem do Flamenco, mesmo que incertas, datam de cerca de 1760. O Flamenco nasceu na Andaluzia, Sul da Espanha, em locais como Sevilha, Jerez de La Frontera e Cádiz. Entre os vários povos que contribuíram para a formação da cultura e arte flamenca destacam-se: ::: EL PUEBLO ANDALUZ - os íberos que se localizavam na parte Sul da Espanha, também conhecidos como "El Pueblo Tartésico" que estabeleceram-se no vale "Del Guadalquivir", tantos anos ou mais que os descendentes das dinastias egípcias às margens do Nilo. Era um povo muito ligado às coisas espirituais, inexplicáveis, magias e fantasias. ::: LOS ÁRABES - dois povos invadiram a Espanha, cerca do século VII. Ligados pela religião Mahometana, um desses povos eram procedentes da Ásia, região de Damasco e o outro eram os Bérberes, ou Mouros, provenientes do norte da África. Esses povos fundiram seus costumes e seus elementos culturais, música e coreografia principalmente, cuja descendência temperamental revela a união sanguínea Andaluzo-Moura. Como influência direta pode-se citar o Cante Flamenco, cujas características assemelham-se muito às orações mahometanas. ::: LOS GITANOS - a palavra gitano, cigano, provém do espanhol antigo egiptano, egípcio. As primeiras migrações que se têm indício são no ano de 1447, na época do reinado de Aragón Alfonso V. Aproximadamente nesta data, uma importante tribo gitana entrou na Espanha por Barcelona, espalhando-se por toda península ibérica. A Espanha foi uma das primeiras nações a ditar disposições coercitivas contra os povos ciganos, sendo que a primeira disposição legal foi ditada pelos reis católicos em Medina del Campo, no ano de 1499. Em 1528, novas disposições foram ditadas contra eles, referindo-se ao estilo de vida errante que levavam porque não tinham ofício para o próprio sustento, viviam de esmolas e de venda de objetos de metal, "enganavam" as pessoas com o uso da magia, além do contabando e furto. Como condenação à vadiagem, eram açoitados, presos, escravizados e presos. Essa perseguição continuou até 1783, quando Carlos III lhes concedeu os mesmos privilégios dos demais habitantes. Ressaltamos que quando os ciganos se estabeleceram na Andaluzia passaram a exercer ofícios como ferreiros e comerciantes de roupas e utensílios. O Flamenco é essa mistura de raças e culturas. Nas suas influências também encontra-se o povo judeu e o indiano. Como bem define o grande poeta e escritor Garcia Lorca, o Flamenco é uma das maiores invenções do povo espanhol. As canções trágicas, tristes e emocionantes refletem o sofrimento do povo cigano